AGRESSÃO COM GÁS PIMENTA A SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS MARCA APROVAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO

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Agendada para ocorrer a partir do fim da tarde de terça-feira (03.03.2020), a votação da Reforma da Previdência do funcionalismo público paulista foi subitamente antecipada pelo Deputado Cauê Macris, Presidente da Alesp, para ter lugar no período matutino desse mesmo dia, e, antes mesmo do horário do almoço, a votação foi encerrada com 59 votos favoráveis à proposta.

A repentina antecipação para o período da manhã da sessão legislativa de votação da Reforma já prenunciava a falta de disposição para o diálogo por parte da bancada governista, integrada pelo PSDB, DEM, NOVO, PL, MDB, PSL, REPUBLICANOS e outros.

O que se viu nesta manhã cinzenta da pauliceia na ALESP, entretanto, superou em muito a indisposição para o diálogo.

Afinal, os servidores que estiveram na Assembleia Legislativa paulista e que ocuparam os corredores em longas filas, de forma até que bem ordenada, foram física e desnecessariamente agredidos pela dispersão de gás pimenta, o que gerou corre-corre com gente sufocada tentando se livrar dos efeitos agressivos provocados pelo agente tóxico.

Mas, paradoxal e simultaneamente ao lançamento do gás, as entradas de acesso e saída da ALESP foram trancadas, de modo que as pessoas ali presentes, em efetivo, tornaram-se vítimas de emboscada que as encurralou dentro da Assembleia, cujos corredores viraram labirintos ardidos pelo gás.

Essa manobra esdrúxula de jogar o gás e não permitir a dispersão das pessoas foi um adendo no espetáculo antidemocrático de supressão da voz dos servidores. Representou o traço truculento e sádico que parecia convidar a todos que ousaram se fazer presentes para defender seus direitos a se destemperarem e protagonizarem algum ato que depois ajudasse o establishment a justificar não apenas aquela ofensa ardida, mas principalmente a votação covarde, realizada sob o falso silêncio, obtido apenas com a muleta torpe do emprego ilegítimo da força.

De nossa parte, marcamos com este registro o dia em que os servidores públicos estaduais foram recebidos a gás pelo comando do Parlamento paulista, pelo simples “delito” de se fazerem presentes para defender seus direitos.

Dia triste para nossa democracia.

Dia, contudo, de nós, democratas, erguermos a cabeça, enchermo-nos de força e recitarmos em uníssono, a cada um de nossos colegas e companheiros, os versos do poeta uruguaio Mario Benedetti:

“No te rindas, por favor no cedas,

  aunque el frio queme,

  aunque el miedo muerda,

 aunque el sol se esconda e se calle el viento,

 aun hay fuego em tu alma,

 aun hay vida em tu sueños,

 porque la vida ES tuya y tuyo también el deseo,

 porque lo hás querido y porque te quiero.”

 

SINDIPROESP-uma entidade em defesa da dignidade da Advocacia Pública

Veja aqui os vídeos:

Vídeo 1 e Vídeo 2

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